segunda-feira, 1 de maio de 2017

Como boneca de louça

Olho todos a minha volta
nada sabem do meu ser
e o que mais me revolta
é que fingem não me ver.

Busco falar com as portas
com as janela talvez
mas não escuto respostas
uma única só vez.

Por isso eu desabafo
fazendo alguns rabiscos
pra solidão amansar
choro, escrevo, me arrisco.

Quem sabe eu encontre alguém
e um dia este me ouça
e e u deixe de ser como outrora
uma boneca de louça.

Eloisia Serafim Bezerra 11/2001

Como águia



Sou como a águia
leve a voar
no céu esplendoroso
onde posso viajar.

Viajar para o infindo
onde ninguém pode ir
só meus pensamentos
podem me seguir.

Sinto muito ter que posar
para a triste realidade
onde os sonhos são proibidos
deixando-nos com fome de
pensar
imaginar
flutuar
amar.

Eloisia Serafim Bezerra

Paliativos



As feridas
que as mágoas causam
nem sempre saram
apenas são usados
paliativos que acalmam.

Paliativos representados
por palavras e diálogos
as vezes pouco análogos
como tentativas são usados.

Mesmo assim graças a eles
se pode continuar a viver
e com os bons paliativos
podemos sobreviver.

Eloisia Serafim Bezerra     01/08/2010

Ventos d'alma



Ventos que uivam
rodando meus ouvidos
parecem dizer
segredos proibidos.

Esses ventos vêm de longe
lá de dentro da alma
formando ciclones
que aos poucos se espalham.

Ventos ferozes
que rugem como leões
ventos nervosos
que fogem dos grilhões.

E o meu corpo já cansado
espera apenas que os ventos
se espalhem para bem longe
junto com eles meus lamentos.

Eloisia Serafim Bezerra   29/07/2010

Chuva



Da janela vejo cair
chuva fina de verão
suas gotas lavam
minha pobre alma
que vive cheia de saudade
saudade do que não tive
saudade do nada
que ficou perdido
no tempo e no espaço
saudade do que almejei
e jamais alcancei.

Eloisia Serafim Bezerra

Lua



O marulho sussurrando
meu ouvido;
O vento beijando
minha face;
O frio abraçando
meu corpo;
O prazer envolvendo
todo meu íntimo
chegando até o mais
alto prazer.
Foi olhar aquela lua
tão linda, tão pura
que fria e nua
fez-me estremecer.

Eloisia Serafim Bezerra

Sorriso de Criança



Deus ao criar o mundo
e tudo que nele há
criou o homem e a mulher
deixando um vazio no ar.

Faltando a doce inocência
em forma de arcanjo
simplicidade de uma hortênsia
pureza de um anjo.

Criou, então, a criança
de rosto doce e risonho
ao mundo uma esperança
à maldade, um escudo
se não fosse
o sorriso de criança
não haveria alegria nesse mundo.

Eloisia Serafim Bezerra