Com os tropeços cometidos por falsas
ilusões, aprendi a confiar desconfiando. Sei que é necessário ser confiante,
bem como confiar... mas, eis que , nunca sabemos o que se passa na cabeça da
pessoa que está a sua frente. Pode ser um cordeiro, assim como pode ser um
demônio com a capa de um cordeiro. Daí a
conseqüente insegurança... em busca da verdade. Mas, que verdade?
Decidi então, o seguinte: fazer minha
parte. Procurar ser fiel, a partir de então, comigo e com as pessoas que
aparecerem em minha vida, sorrir, cantar, chorar, com a mesma intensidade de
sempre... como, eu gosto de ser, ajudando quem me pede ajuda, e mesmo a quem
não me pede...porque eu gosto de ser assim. Embora, escute muito: “tu és muito
besta”, como tu fazes isso por fulano, sicrano, diocrano... Pô! Deixem eu ser
assim, porque é assim que eu sou. Teve até quem dissesse “você é tola”, “você é
BURRA”, “eu to fazendo de você gente!”, “você tem uma língua”. Se minhas
características são boas ou ruins, não sei. Porém, se me forem cortadas, nunca
serei eu mesma.
Passei por muitas situações, desde
pequena, entrando pela adolescência e fase adulta, em que erros foram cometidos
não só por mim, mas me calei a vida toda por não querer prejudicar outras
pessoas, daí, a visão de que eu sou a única errada, a única culpada. Mas, que
culpa!? Essa idéia de culpa tem que ser extinta nas pessoas!!! É super fácil
culpar os outros, as coisas, e nunca,jamais, se olhar ao espelho e enxergar
seus próprios defeitos. O que nos acontecem não passa de reflexos de nós
mesmos, de nossos pensamentos e nossas ações.
Não é fácil ser rotulada, receber apelidos
e levar carreira de meninos e meninas briguentas, na infância e adolescência, e,
ter que engolir o choro... porque se falar “a culpa” é exclusivamente sua. Não
é fácil, ser molestada na infância e chegar aos 35 anos sem poder falar nada
pra ninguém, porque você será sempre “a errada” da história mesmo que nesse episódio
você só tinha 5 a 6 anos. Assim como não é fácil, você enfrentar sozinha os
pesadelos e memórias de uma vida regada a submissão.
Mas, nada melhor que o tempo, que
cicatriza nossas mágoas, mesmo que em tempos de raios e trovões, você venha a
sentir aquelas agulhadas passageiras. Elas são passageiras...os fatos, estes,
são eternos na memória...Por isso, busco hoje, deixá-los guardados numa caixa
imaginária, como a de Pandora, esperando que nunca seja aberta pela curiosidade
de alguém.
E assim, prossigo minha vida...
buscando confiar, desconfiando!