sábado, 21 de janeiro de 2012

Cordel de homenagem ao ENSC


CORDEL DE HOMENAGEM AO ENSC
(Educandário Nossa Senhora da Conceição)

Numa casa pequena
Porém, aconchegante
Começa a história
Simples e emocionante
Dessa escola querida
Por seus estudantes.

Essa história é parecida
Com aquela sementinha
Que tão pequena e frágil
Mas, cheia de vida florescia
Dando espaço para seus galhos
Que aos poucos cresciam.

O casal que lá vivia
Deixou de lado o seu lar
Para no lugar construir
Uma escola singular
Com ajuda de parentes,
Amigos e Deus a iluminar.

E assim como uma planta
Que cresce forte e saudável
Aos poucos o cimento e os tijolos
 ao suor se misturavam
e as suas paredes resistentes
aos poucos a escola fortificavam.

Quando pronto estava o educandário
Como uma árvore pronta para florir
Faltava-lhe um nome
Sobre o qual iria adquirir
Nossa Senhora d Conceição
Eis o nome a surgir.

Hoje seus frutos prosperam
Com disciplina e fulgor
Dentre direção e funcionários
Mostrando o seu valor
 Esses frutos natos
De um futuro promissor.

Esta história não tem fim
Porque mesmo acabando
Aqueles que a cultivaram
Guardarão sementinhas brotando
Trarão no olhar gotas orvalhando
De esperança que plantaram.


Mais um ano se passa
E o Educandário vamos homenagear
Lembrando dos que aqui passaram
Junto aos que aqui ficaram
E a espera daqueles
Que ao de chegar.

Eloisia Serafim- 24/05/2007

Cordel Festa no interior


FESTA NO INTERIOR

Esse ano o Educandário
Nossa Senhora da Conceição
tem o prazer de homenagear
a animada festa de São João.

E o tema este sim
Sei que todos vão gostar
Festa no Interior
E toda a alegria do arraiá.

Do jardim a quarta série
Todos se preparam
Para a festa no interior
A qual todos se dedicaram.

A direção e os funcionários
Todos colaboraram
Professores e alunos
Com alegria a festa organizaram.

Meus compadres e comadres
Vou agora lhes contar
Como é a festa no interior
Até o sol raiar.

Todos se agitam
Na véspera de São João
As moças preparam seus vestidos
E a rapaziada o quentão.

Os mais velhos prepara
Com cuidado a fogueira
E espera a comadre
Pra dançar forró a noite inteira.

A criançada divertida
Brinca sem cansar
E olha admirada o pai
O balão a soltar.

Comida tem que não acaba mais
Pé-de-moleque, milho assado,
Canjica, pamonha, mungunzá
Bolo e milho cozinhado.

Tem refresco para os meninos
Quentão para a rapaziada
Tem mulher bonita
Dos pés a cabeça enfeitada.



Tem quadrilha ao redor da praça
Em plena noite de luar
Ao céu aberto todos brincam
Fazendo um grande arraiá.

Caminho na roça, todos dançam
Alavandú, anarriê!
Olha a foto! Segue o passo!
Olha a chuva! Balance!

Festa no interior
Eta festa de abalar!
Quem está dentro não quer sair
Quem está fora quer entrar.

Mas preste muita a atenção
Principalmente a meninada
Não brinquem com fogo
Pra não sair da festa queimada.

Soltar fogos, só adultos!
Nada de bomba rojão
Porque estourar bomba é perigoso
Faz perder até pé ou mão.



É o conselho que o educandário
Nossa Senhora da Conceição:
Brincar com alegria
Mas, com cuidado e atenção.

No interior ou na cidade
Não importa onde seja
Brinque, se divirta!
É o que o educandário deseja.

Eloisia Serafim- 2008


Cordel Mestre Salu


O MESTRE DA CULTURA POPULAR

Este ano o educandário
 Nossa Senhora da Conceição
Irá homenagear um artista popular
Que teve participação na educação.

Á cultura nordestina
Sua grande contribuição.
Como músico, produtor
Professor e artesão.

Com honra e alegria
Iremos um pouco contar
Sua gloriosa história
Que entre gerações irá ficar.

Também foi criança um dia
O mestre da cultura popular
E com toda alegria vivia
A cantar, tocar rabeca e dançar.

Conhecido como Mestre Salu
Ele é Manoel Salustiano Soares
Nascido no interior de Pernambuco
Em Aliança, cidade de bons ares.

Ensinado por seu pai
Aprendeu o jovem Salu
A tocar e produzir rabeca
De imburana, pinho e mulungu.

Foi mostrando suas artes
Personagens de folclore e maracatu
De Aliança para o mundo
Levados de norte a sul.

Sempre participava
Dos folguedos de Aliança
Que cada vez o encantava
Bumba-meu-boi e toda festança.

Mas foi o cavalo-marinho
A sua maior paixão
Além de contemplar as cantorias
Danças e folguedos da região.

Personagens, músicas e coreografias
Começou então, a criar
Foi à França, Estados Unidos, Cuba  e Bolívia
Sua arte divulgar.

 Aos 62 anos, no Recife
O Mestre Salu faleceu
31 de agosto de 2008
O céu de alegria se encheu.

Pois lá em cima mestre Salu
Continua sua festança
 E nós cá na terra
Continuamos com sua herança.

De arte, cultura e alegria
Cavalo-marinho e arrelim
Com Mateus e Catirina
Tudo isso pra você e pra mim.

Mas vamos minha gente
Do Mestre Salu se despedir
E continuar a nossa festa
Porque muita alegria está por vir.

Eloisia Serafim- 05/2009



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Símbolo de vida




Esse pequeno botão de rosa singelo e frágil foi e é capaz de resistir às diversidades. Assim é
nossa vida. Meses atrás esse pezinho de rosa era um vaso cheio de rosetas. Com o passar dos dias as rosas murcharam, suas folhas secaram, restando somente pequenos gravetos. Obviamente, foi desprezada. Não havia mais beleza, nem encanto. Entretanto, suas raízes estavam lá, firmes, se alimentando da brisa, da água da chuva, dos raios solares e da natural necessidade de florescer. Foi então, que num desses dias que você está em casa e quer se dedicar as sua casa, seu quintal, suas plantas, que eu me surpreendi. Surpreendi-me com as folhas verdinhas e esse pequeno botão. Resolvi fazer uma homenagem a essa pequenina, pois, observando-a refleti sobre nossa breve existência aqui na terra e o quanto devemos cultivar, adubar nossos sentimentos diante da vida. Vida esta, que as vezes nos deixa murchos, sem vontade de viver, que as vezes nos secamos por dentro com mágoas e coisas insignificantes. Mas, a natureza é tão esplendorosa que nos rega com o amor, com a simplicidade, com a amizade, com as coisas puras que encontramos em outros seres que igualmente a nós sente a necessidade de viver e de ser feliz. Por isso minha rozita querida, e aos meus amigos eu os homenageio hoje. Reconheço que feliz e grata estou por viver e ter amigos.



“COMO UM NÁUFRAGO QUE SE AGARRA A UM PEDAÇO DE PAU, PARECEU-LHE DE REPENTE QUE TAMBÉM ELE PODERIA VIVER, QUE AINDA EXISTIA VIDA, QUE SUA VIDA NÃO CESSARA...”(Dostoiéviski, p.195)
Sinto-me um náufrago, que a pesar de estar perdido na imensidão do mar com receio de morrer a deriva ou ser engolida pelos tubarões dessa van sociedade, busco forças para lutar contra eu mesma, meus medos, minhas mágoas, minhas iras. E, como o velho e o mar, procuro superar, persistir e perseverar porque sei que há saída(s) para lutar por meus ideais, esmagando os algozes que me aterrorizam e tentam me lançar às águas agitadas.
“A FORÇA É NECESSÁRIA, SEM ELA NADA SE FAZ; MAS A FORÇA É QUE ORIGINA A FORÇA, E ISSO É O QUE ELES IGNORAM.”(Dostoiéviski)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Findando o dia, sinto-me na obrigação e ao mesmo tempo com a necessidade de agradecer a Deus pela minha vida e por todas as minhas conquistas, a pesar de algumas derrotas, tristezas e perdas. Hoje sou consciente de que sou uma pessoa abençoada e privilegiada ao olhar a minha volta e perceber outras pessoas que a muito tempo sofrem e não vivem apenas sobrevivem, nesse mundo cheio de desigualdades.
Tenho saúde, tenho três filhos saudáveis, tenho um teto e luta a cada dia para melhora de minha vida e dos meus, assim como todo e qualquer cidadão arregaça as mangas e vai a luta todos os dias, sem medo de calejar, de suar, de cansar e de cair, por que mais a frente você tem a possibilidade de levantar , lavar o rosto e olhar além do horizonte as coisas maravilhosas que Deus e toda a Natureza criadora nos oferece a cada manhã, a cada segundo, a cada respirar...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

LAMÚRIAS...

É com aquele nó na garganta, língua travada e dentes cerrados, 
que minha cabeça parece esfumaçar num turbilhão de pensamentos.
Perguntas e mais perguntas vão surgindo no alvoroço e inquietude
que se compra-diz em mim.
Os porquês parecem rasgar minha pele aos poucos
e sangrar com respostas vazias...
A ritimia tira minha completa inércia, diante tamanha circunstância;
parece sufocar-me, não sei até quando suportarei, 
sei apenas que suportar é preciso, já.
Preciso manter-me sóbria de lamúrias, sóbria de insultos,
de palavras amargas e cheias de dessabores,
para que eu possa manter-me viva e deixar viver os que precisam de mim.
Minha alma dói nesse momento e o aperto em meu peito é tamanho,
porque escondido por trás de meu sorriso e alegrias do dia, 
estão meus tormentos e prantos noturnos.
As lágrimas são necessárias agora, parecem aliviar minhas dores e feridas,
 antes que um novo dia comece e minha vida recomece.
ELOISIA SERAFIM  03/01/2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PARTE 5- Lembranças de Infância

Sempre encontrei obstáculos em minha breve jornada terrena. Também encontrei pessoas boas... Conclui, então, que não existem somente coisas ruins e pessoas mal intencionadas.
Na simplicidade, encontramos valores que não cabem na vaidade e no egoísmo. Com essa reflexão sobre simplicidade, fiz uma viagem nesse momento no “túnel do tempo”, regressando ao passado: Eu, menina,  estava a brincar livre...na relva, melhor, no mato verdinho e aquele cheiro de estrume de boi. Não pensem caro leitor, que isso é ruim!
 É só cheiro de saudade. Isso é cheiro da recordação matuta, de quem foi criada andando pelos sítios do interior, acordando cedinho pra ir buscar um litro de leite, que minha madrinha fazia questão de me dar. Tirado na horinha das tetas da vaca! Que tempo bom!
Recordo-me, que certa vez meu padrinho Seba, perguntou se eu queria leite fresquinho, balancei a cabeça que sim. Ele acenou pra minha madrinha, fazendo gesto para que buscasse um copo e acrescentou: _ Custódia traz um punhado de açúcar pra colocar no leite a pequena! Enquanto padrinho puxava as tetas da vaca, o leite espirrava pra todo lado enchendo o copo, depois disso um pouco de açúcar e... que delícia, era saborear aquele leite quentinho cheio de espuma fazendo bigode em mim.
No caminho de volta eu pulava feito uma cabrita, cantarolando e seguindo minha mãe.
Eu era muito pequena, uns 4 a 5 anos, mas lembro-me como se tivesse sido ontem, mato verdinho pra todo lado, molhado pelo orvalho da manhã, o riacho, o gado solto, o pé de pitomba magro e gigante, as mangueiras, os imbuzeiros, e aquelas enormes jaqueiras.
Ahhh! Como é bom recordar... resgatar do fundo das lembranças coisas boas que também tive. Saudades daquele tempo em que eu era feliz e nem sabia.




A CAIXA DE PANDORA



Conta-nos as várias versões do mito grego que Prometeu (o que vê antes ou prudente, previdente) é o criador da humanidade. Era um dos Titãs, filho de Jápeto e Clímene e também irmão de Epimeteu (o que vê depois, inconsequente), Atlas e Menécio. Os dois últimos se uniram a Cronos na batalha dos Titãs contra os deuses olímpicos e, por terem fracassado, foram castigados por Zeus que então tornou-se o maior de todos os deuses.
Prevendo o fim da guerra, Prometeu uniu-se a Zeus e recomendou que seu irmão Epimeteu também o fizesse. Com isso, Prometeu foi aumentando os seu talentos e conhecimentos, o que despertou a ira de Zeus, que resolveu acabar com a humanidade. Mas a pedido de Prometeu, o protetor dos homens, não o fez.
Um dia, foi oferecido um touro em sacrifício e coube a Prometeu decidir quais partes caberiam aos homens e quais partes caberiam aos deuses. Assim, Prometeu matou o touro e com o couro fez dois sacos. Em um colocou as carnes e no outro os ossos e a gordura. Ao oferecer a Zeus para que escolhesse, esse escolheu o que continha banha e, por este ato, puniu Prometeu retirando o fogo dos humanos.
Depois disso, coube a Epimeteu distribuir aos seres qualidades para que pudessem sobreviver. Para alguns deu velocidade, a outros, força; a outros ainda deu asas, etc. No entanto, Epimeteu, que não sabe medir as consequências de seus atos, não deixou nenhuma qualidade para os humanos, que ficaram desprotegidos e sem recursos.
Foi então que Prometeu entrou no Olimpo (o monte onde residiam os deuses) e roubou uma centelha de fogo para entregar aos homens. O fogo representava a inteligência para construir moradas, defesas e, a partir disso, forçar a criação de leis para a vida em comum. Surge assim a política para que os homens vivam coletivamente, se defendam de feras e inimigos externos, bem como desenvolvam todas as técnicas.
Zeus jurou vingança e pediu para o deus coxo Hefestos que fizesse uma mulher de argila e que os quatro ventos lhe soprassem a vida e também que todas as deusas lhe enfeitassem. Essa mulher era Pandora (pan = todos, dora = presente), a primeira e mais bela mulher já criada e que foi dada, como estratégia de vingança, a Epimeteu, que, alertado por seu irmão, recusou respeitosamente o presente.
Ainda mais furioso, Zeus acorrentou Prometeu a um monte e lhe impôs um castigo doloroso, em que uma ave de rapina devoraria seu fígado durante o dia e, à noite, o fígado cresceria novamente para que no outro dia fosse outra vez devorado, e assim por toda eternidade.
No entanto, para disfarçar sua crueldade, Zeus espalhou um boato de que Prometeu tinha sido convidado ao Olimpo, por Atena, para um caso de amor secreto. Com isso, Epimeteu, temendo o destino de seu irmão, casou-se com Pandora que, ao abrir uma caixa enviada como presente (e que Prometeu tinha alertado para não fazê-lo), espalhou todas as desgraças sobre a humanidade (o trabalho, a velhice, a doença, as pragas, os vícios, a mentira, etc.), restando dentro dela somente a ilusória esperança.
Por isso, o mito da caixa de Pandora quer significar que ao homem imprudente e temeroso são atribuídos os males humanos como consequência da sua falta de conhecimento e previsão. Também é curioso observar como o homem depende de sua própria inteligência para não ficar nas mãos do destino, das intempéries e dos próprios humanos.
Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP