quinta-feira, 7 de julho de 2011

REFLEXOS DE MEU ESPELHO:MINHAS POESIAS

ÚLTIMA PÁGINA



Mesmo que adoeça o coração
Com ondas de ilusão,
Melhor é buscar a vida
E viver com emoção
Lutar por um lugar ao sol
Sem ninguém se ferir
Batalhar sem guerreiros
Buscar a si.
Trabalhar sem calejar...
O corpo que já cansado está
Sorrir o que ainda existir
Deixar-se apaixonar...
Sem medo de errar
E quando a dor chegar...
Quando um sentimento romper...
Uma lágrima rolar...
Mas, quando o fim se aproximar
Á Deus, eu ficarei agradecida
Porque contente terei terminado
A última página da minha vida.

22/04/2011

SOLIDÃO



SOLIDAO
  O
SOL
      LIDA
SO

MULHER-SEM-CABEÇA



Minha cabeça parece ventilador
Girando sem parar
Jogando coisas para todo lado
Ficando cheia apenas de vento.

Um vazio, vazio.
Um eco, oco.
Cadê?
Meus neurônios onde estão?
Minhas ideias quem as roubou?
Meu coração quem feriu?
Meu sonho para onde voou?
Minha realização quem a viu?
Minha vida quem a matou?

19/04/2011









LÉSBICA


Tornei-me lésbica
Da noite para o dia
Será efeito das leituras,
Que despertaram tardia.

Não! Não sei o que foi
Talvez tenha sido a paixão
Que aprisionada aqui dentro
Explodindo em forma de canção
De ímpetos e desejos
Delírios e confusão.
Apaixonei-me por uma alma
Feminina, alguns correm dela
Mas, eu, sinto que é minha sina
Apaixonar-me pela morte.
Esta, que tanto me fascina.

19/09/2010




INSÔNIA



O sono chega
Junto com ele o cansaço
Do nada fazer
Do nada acontecer.

Viro para um lado
Viro para o outro
Penso no que deixei de fazer
E no que preciso ser.
E...para ser
É preciso se libertar.
Das correntes do medo
E tentar lutar.

Sair dessa inércia
Enfrentar o que impede
Os pés e as mãos
De fazer o que se deseja.
09/09/2010



BÊBADO



Manhã nublada e fria
Fazia-me pensar
E o vento sorria
Do meu breve penar.

Refletia sobre a vida
Sobre o mundo, tudo enfim
Sobre as idas e vindas
Que outrora era assim:

Repleta de alegria
Harmonia sem fim
Porém, hoje é tristeza
E a vida rir de mim.

Amizade não tenho mais
Prestígio muito menos
Não existe oportunidades
Para um pobre bêbado.

Nas ruas vivo a procurar
Um ombro amigo, mas quem acha?
Só me resta de consolo
O maldito copo de cachaça.
2003

SAUDADE



Saudade sinto agora
De quem não posso ter
Porque foi embora para sempre
Onde estará a viver?

No raiar do dia quem sabe
No entardecer talvez
No anoitecer sombrio
Ou na estrela distante que vês?

Por toda parte procuro
Já não sei o que fazer
Nos lugares alegres e obscuros
Mas, não consigo esquecer.

Saudade sinto agora
E sempre irei sentir
Pois saudade não morre
No peito que não mais sorri.
1998

DA JANELA


Da janela vejo cair
Chuva fina de verão
Suas gotas lavam
Minha própria alma
Que anda triste de saudade;
Saudade do que não tive
Saudade do nada
Que ficou perdido no tempo
No espaço.
Saudade do que almejei
E jamais alcancei.

2001

ONDE ESTÁS?


Onde estás?
Porque te procuro desesperada
Grito, mas não sai nada
 De minha boca que já anda amarga
Pois teus beijos já não têm mais.

Onde estás?
Porque te procuro como louca
Entre campos e cidades
Enraivecida pela maldade
Do destino frio e cruel
Que arrancou você de mim
Deixando-me triste de saudade.

Viver já não quero mais
Deixar tudo e todos sou capaz
Assim, te buscando na eternidade
Sei que encontrarei a paz.
1998

CONDENADO


Um gole aqui, outro ali
Bebo pra tentar esquecer
Que sou como um cão sarnento
Desgraçado pelo destino
Vivendo de tormentos.

Nasci num berço de mato
Cresci na rua fria e escura
Hoje eu roubo, eu mato
Não tenho medo da vida
Esta, nua e crua.

Um gole aqui, outro ali
Bebo pra tentar esquecer
Todo sofrimento que causo
Aos que não fazem por merecer.

Hoje sou um condenado
Nessa vida de absurdos
Com tantos de mim zombando
Eu. Fingindo ser surdo.

Gostaria que a morte
Levasse-me de uma vez
Já que minha sorte não vence
As maldades que o destino me fez.