sábado, 24 de dezembro de 2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

ALEGRIA

Sinto neste instante
uma alegria inefável
que invade minha’lma.
A chuva que cai
parece banhar meu corpo
-este ser materialmas
banha também
o meu espiritual.
É como se não houvesse
dor, tristezas ou mazelas.
Sinto o aroma de rosas
a brisa do meu corpo
as gotículas no meu rosto.
Parece que flutuo
em plena chuva
sem amparo
sem bens
sem nada.
30/01/2003

A VERDADEIRA GUERRA

A guerra que vejo
não está nas armas
porque elas não expressam
sentimentos;
A guerra está no coração
daqueles cujo amor
não floresceu.
A guerra não está
na bomba atômica;
mas na alma
daqueles em que o ódio
os cobre como um manto.
A guerra não está na miséria física
ou econômica;
mas no espírito fraco
e pobre de amor.

FANTASIA

Ai de nós se não fosse
a nossa doce fantasia
nos sentiríamos tristes
não haveria alegria.
Quem tem a fantasia
em seus pensamentos
não tem a vida vazia
não tem na vida tormentos.
Para quem tem a fantasia
como verdadeiro escudo
não tem medo da hipocrisia
que existe nesse mundo.
Só tenho medo que um dia
todos os sonhos acabem
e a fantasia que era alegria
deixe apenas saudade.

PRECISO DE MUDANÇA

Preciso mudar minha vida
mudar de rumo
acabar com a lida
de escambos e escombros
de restos de sentimentos
que a mim foram dados
e ainda julgados.
Quero não ser mais ferida
flechada ou sofrida
quero mudar meu rumo
ir ao encontro à felicidade
esperando-me de braços abertos
como uma mãe bondosa
espera seu filho
ou ir de encontro à felicidades
nem que seja na eternidade.
25/08/10

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

NATUREZA: TERRA-MÃE



Sentir essa brisa morna
Numa tarde ensolarada
É um dos poucos momentos
 Em que não me sinto desolada.
A natureza de onde vim
E por ela fui criada
Aos poucos vou retribuir
Do muito que a mim foi dada.
Mas, eu percebo
Aqui, ali, em qualquer lugar
Porque ela é natureza-vida
Podemos sentir por onde passar.
Nessa natureza nasci
Cresci e fui criada
É pra ela que voltarei
Natureza-terra- mãe amada.

09/09/10

DO SONHO À CIVILIZAÇÃO



Ao fechar os olhos
Até que
O corpo chegue a adormecer
Tudo é possível
No mundo dos sonhos
Acontecer...
Nos sonhos podemos
Sentir perto quem amamos;
Tocar, abraçar,
Ver um leve sorriso,
Sentindo-me no paraíso.
É chegar perto
Do que longe está
Como mágica
Ou máquina do tempo
Retroceder ou avançar
Para onde o coração
Quiser levar...
Mas...Que pena!
Amanhece.
O sonho, adormece.
De alegria à comoção
Acordo e enfrento a realidade:
Volto à civilização.
22/04/2011

ÚLTIMA PÁGINA



Mesmo que adoeça o coração
Com ondas de ilusão,
Melhor é buscar a vida
E viver com emoção
Lutar por um lugar ao sol
Sem ninguém se ferir
Batalhar sem guerreiros
Buscar a si.
Trabalhar sem calejar...
O corpo que já cansado está
Sorrir o que ainda existir
Deixar-se apaixonar...
Sem medo de errar
E quando a dor chegar...
Quando um sentimento romper...
Uma lágrima rolar...
Mas, quando o fim se aproximar
Á Deus, eu ficarei agradecida
Porque contente terei terminado
A última página da minha vida.

22/04/2011

BÊBADO


Manhã nublada e fria
Fazia-me pensar
E o vento sorria
Do meu breve penar.

Refletia sobre a vida
Sobre o mundo, tudo enfim
Sobre as idas e vindas
Que outrora era assim:

Repleta de alegria
Harmonia sem fim
Porém, hoje é tristeza
E a vida rir de mim.

Amizade não tenho mais
Prestígio muito menos
Não existe oportunidades
Para um pobre bêbado.

Nas ruas vivo a procurar
Um ombro amigo, mas quem acha?
Só me resta de consolo
O maldito copo de cachaça.
2003

MÍSTICO



Pássaro quer voa em céus limpos, onde a natureza é branda e inocente ao mundo do ser humano.
Pássaro azul límpido e majestoso segues ao longo do teu destino, para um lugar desconhecido, onde ninguém possa te ver.. foges para o mundo cheio de esperança, onde não há dor, nem a desgraça dos homens.
Ser perfeito, te vejo em todas as minhas manhãs e ao anoitecer do dia.
Teu silencio diz-me que onde vás, é um lugar melhor.
Apareces até nos meus sonhos, irei contigo quando for preciso.
Em pleno crepúsculo, chamando-me estavas, e eu te seguia.. seguia todos os seus movimentos, cada um de seus rodopios, e meu sorriso refletia no céu, este brilhava.
No caminho haviam rosas, e eu as tocava , e mesmo se sentisse seus espinhos, eles não me machucavam, precioso pássaro me protegia de todo o mal que passava por mim.
A trajetória era cansativa, e ilustrativa.
Em seguida vi crianças brincando e pensei – Será que isso é ser feliz? Sem nenhum problema que o mundo poderia trazer ou obstáculo que me faria desistir?
Eu estava chegando ao verde, lugar pelo qual nunca tinha ouvido falar ou estado.
O pássaro azulado sorria pra mim.
Quando passei havia uma pequena praça.. e um homem e uma mulher. - Eles discutiam, pra ser exata brigavam.
Tolice...
Na hora me passou pela cabeça o quanto eu era sortuda, de poder ir a um lugar, esplêndido e os outros iriam ficar pra trás,
Lugar onde não haveriam intrigas, e que viver seria a nossa única obrigação.
O caminhos estava estreito e eu escutava o barulho d'água.
Tirei do meu rosto o verde das plantas que me cercavam.
Havia um rio, tão azul quando o mágico pássaro. Ele pousou numa rocha bem no meio do rio, e me dizia pra eu ir até ele.
Eu dava as primeiras passadas e a água já cobriam meus pés.
Eu começava a ter medo, a água estava gelada, o ar estava frio, mesmo assim eu continuava.
O pássaro me dizia para não temer, pois ele estava comigo e iria me proteger.
Eu chorava, mais tinha coragem para seguir em frente.
A água já cobria meus olhos, e não conseguia mais voltar pra cima.
O pássaro entrava no imenso rio e brilhava, e tinha agora a certeza de que ele era mágico.. ele me dizia que havia conseguido então.
Trasformava-se em um ser do qual eu não fazia idéia de qual era.
Mais me deu a mão, enquanto eu me afogava no infinito.estávamos apenas eu e ele ali parados.
Eu não conseguia mais respirar, mas me mantinha como estava.
Fechei meus olhos e tive meu último pensamento:
     irei para um outro lugar, lugar maravilhoso, e neste aqui constatava meu último registro: Meu Adeus!
Autora: Priscila Serafim
















O CAÇADOR DE SORTE

                  _ Meu Deus acordei muito tarde !!!!!-gritava o ancião- já são 8:00hs, o sol já está alto, preciso colocar água nas minhas plantas.
Que desespero para um homem daquela idade estava se preocupando também em aguar plantas. Mas, bem que ele tinha lá os seus motivos, pois ninguém se preocupava assim sem nenhuma razão.
_ Preciso aguá-las logo! preciso aguá-las logo! Várias vezes repetia – parecia está desvairando-se.
Logo ia para seu extenso jardim, onde havia várias plantas, comigo-ninguém-pode, arruda, trevo, bem como lindas flores: cravos, orquídeas, rosas de variadas cores, jasmim e outras, cada qual exalando seu perfume especial.
Com dinheiro de sua aposentadoria comprava muitas coisas, de culturas diversas, ele dizia que era para atrair a sorte.
_ Pronto minhas plantinhas, eu já as aguei, vocês estão alegres e lindíssimas. A tardinha eu volto para alimentá-las com os adubos que comprei ontem e matarei a sede todas, pois o dia hoje está muito quente.
Ainda no jardim visitava os gnomos gesso espalhados por todo o jardim, os pequenos elfos encomendados numa loja especializada e observava o caminho que dava para a entrada da casa, para ver se todas as pedras estavam em seus lugares eram sechos, pedras coloridas de ametista, jaspe, turmalina preta, quartzo de várias cores e cristalizados. Era tudo muito bonito e bem cuidado.
Ao entrar na sala havia um enorme tapete indiano algumas algumas almofadas e uma enorme de madeira com vários livros de auto-ajuda, livros espíritas, o Torá, a Bíblia, muitos livros, todos já lidos do outro lado bisquis e objetos tailandês, africano, chinês, indiano e esculturas brasileiras.
_ Já estava esquecendo de acender minhas velas aromáticas e meus incensos.
Depois que acendia, sentava sobre o tapete em posição para meditar e começava a elevar seus pensamentos aos céus, a natureza, ao universo à Deus:
_ Eu vos invoco, peço proteção e sorte em todos meus dias, todas minhas horas e minutos. Ficava ali por mais de meia hora fazendo suas orações.
Não se deu conta que o tempo passara tão rápido e chegou a hora do almoço e não havia feito nada. Até porque para ele horas de refeição também são horas sagradas.
Saiu as carreiras e já estava em sua pequena cozinha, simples, apenas com uma mesa de madeira antiga, um pequeno armário e seu fogão a lenha.
Enquanto a lenha começava a pegar, corria para o quintal , colhia alguns legumes e verduras, corria até o poleiro e pegava uns ovos que algumas de suas pequenas galinhas puseram e pronto. Em pouco tempo conseguia aprontar sua refeição, sadia. Sim! Sadia, porque papa ele essas comidas prontas e verduras e frutas e tudo mais não prestam são todas mexidas pelo homem, mexendo na lei da natureza usando químicas e experimentos para os alimentos ficarem mais bonitos e atrativos. No seu quintal não!? era tudo bem natural cuidado pelas próprias mãos sem precisar de adubos e agrotóxicos.
_ Que homem de sorte sou eu, tenho tudo que preciso, dentro dentro de minha própria casa. Eu sou o homem mais sortudo do mundo. Depois do almoço deu um cochilo, levantou-se logo para aguar suas plantas.
Nisso já estava escurecendo, quando também estava chegando o cansaço , então acendeu seus incensos, suas velas aromáticas, tomou um banho de água cristalina da própria fonte que tinha no fundo do quintal. Era muito importante fazer todo esse ritual todas as noites, porque assim purificava seu corpo, e deixava sua casa aromatizada e livre de qualquer azar.
Entretanto, antes de dormir sentiu uma tristeza profunda, um vazio em seu coração e uma lágrima também solitária escorreu em seu rosto marcado pelo tempo. Adormeceu.
Ao amanhecer, já não havia jardim, nem livros, nem tapetes, nem sorte, nem o corpo do caçador de sorte. Tudo virara pó.
Ao dormir esquecera as velas acessas próximas a prateleira de livros e ao ventar forte caiu em uns livros, o bastante para o fogo se alastrar tão rápido, em tão pouco tempo, sem que o homem se desse conta.
Nem homem, nem sorte, absolutamente nada restara naquele lugar além de seus ossos. Por onde andava a sorte!?
A verdade é que há muitos anos ele se trancara para a vida e para as pessoas, não tinha filhos, não tinha ninguém. Fugiu a vida inteira das pessoas, procurou ter um pouquinho do mundo em sua casa que parecia mais um templo sincrético, onde se escondia por trás da sorte ou atrás da sorte. Achava que assim encontraria a verdadeira alegria, que jamais conseguiu ter, pois só teve como companheira a solidão e com ela se esvaiu para todo o sempre.
11.2010

Eloisia Serafim

MENSAGEIROS

Naquele lugar onde eu me encontrava era tudo muito estranho. As pessoas pareciam fugir de algo, desesperadas correndo e olhando para trás. Eu era uma delas.
Porém, eu não fazia o mesmo que essas pessoas, eu só observava como se flutuasse e ficasse ao par de tudo que acontecia por lá e outros lugares.
De repente a água avançava. Algumas pessoas deixavam-se ser levadas, outras caiam e se levantavam, outras ainda permaneciam distantes procurando abrigo, onde a água não as tocasse. Eu? Não tenho muita lembrança, mas sei que as águas ficavam cada vez mais turbulentas, porém só tocavam levemente os meus pés.
Segui caminho e lá estava eu entre casebres, pessoas ansiando por comida. Cachorros nos quintais, que ao invés de me atacarem , não o faziam apenas olhavam pra mim, como se pedissem com os olhos alguma coisa, ou me avisassem algo.
De quintal em quintal, eu entrava nas casas e viam famílias juntas alegres, e famílias paradas a espera de alguma coisa. O que seria tudo aquilo? Ficava sempre me indagando, mas observando cada detalhe. Todos estavam com suas famílias, mas eu...estava só. Talvez porque eu estava os vendo de cima.
Pouco depois comecei a ver uma grande plantação, parecia dourar aos reflexos do sol, já não havia mais água, nem agonia.
Havia apenas sol e uma suave suave brisa que fazia a plantação se mover e de longe avistava homens de idade avançada, tranquilos e pacientes vagando sobre os frutos a serem colhidos . Havia paz ao passar por ali.
Depois continuei minha caminhada, até chegar em outra cidade. Eu tinha uma ligeira impressão de conhecer aquela cidade, aqueles prédios, casas, lojas, ruas largas. Eu procurava alguém. Mas...estava sozinha. Quando finalmente encontrei alguém, perguntava por outro alguém que nem mesmo sabia quem era. Sabia apenas que era importante, porque eu desejava com fervor encontrá-la. Talvez fosse uma mãe, um pai, um filho, um amor, não sei.
Isso foi a noite toda, até que raiou o dia , despertei e percebi que tudo não passava de um longo sonho. No momento não liguei muito pra o sonho, mas durantes dias me fez refletir. Cheguei então a uma conclusão de que toda essa viagem seria minha busca contante de encontrar a mim mesma. A busca era interior. A águas turbulentas eram meus sentimentos, e o que fazia com que eu não fosse levada pelas águas era a minha perseverança.
Minha busca constante era guiada pelas mãos de quem me ajuda na caminhada terrena, ajudando-me no meu crescimento espiritual e a superar os problemas do dia a dia, Ele se chama Jesus, enviado por Deus, tendo como mensageiros e protetores seus serafins.
30. 10. 2010 Eloisia Serafim

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Meu pedido especial de NATAL

Está chegando o Natal, uma época em que as pessoas querem amenizar seus problemas, deixar desavenças de lado, e buscar a paz junto com sua família. Comemorar a harmonia e a alegria de ter uma família unida. Porém, não é bem o que acontece com todas as famílias do planeta. Bem que poderia ser assim!
Mas, nós temos também que agradecer a Deus, a Natureza e forças etéreas, todos os dias por todas as lutas e as dificuldades cotidianas que encontramos a fim de ter uma vida honesta e mais tranqüila junto das pessoas que convivem conosco. Não tenho as pessoas que amo junto de mim, por que cada uma está seguindo sua vida, e... se, elas estão bem...eu fico satisfeita. O mais importante de tudo é que estou com as pessoas mais importantes de minha vida: meus 3 filhos, e o pai deles(que apesar dos problemas conjugais corriqueiros), nunca nos desamparou.
Se eu pudesse fazer um pedido especial nesse momento, para Deus, para papai Noel, ou qualquer força do bem... eu pediria a companhia de minha mãe, um abraço forte, seu carinho e seu colo...eu choraria de felicidade e o diria o quanto eu a amo. Hoje tenho 35 anos, e só tive a oportunidade de vê-la duas vezes, pois ela mora em Querência do Norte- Paraná, eu aqui do outro lado: no Nordeste. A última vez que eu consegui falar com ela foi por telefone no dia das mães. Já era noite, sua voz estava roca, pela emoção, e seu esforço era tremendo para não chorar... desde lá fiquei sem contato e estou acabando de fazer uma carta, para quem sabe ela me responda. Preciso apenas, saber se ela está bem... porque ao destino lanço meus pedidos de um dia encontrá-la novamente. Quero sentir o aconchego e a segurança, que só foi possível ter quando eu ainda estava em seu ventre.
Mas, deixemos de lado a tristeza... seguir a vida é preciso!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Controvérsias: CONVITE

Controvérsias: CONVITE: Desde que aprendi a ler e escrever, aos meus 6 anos...senti uma necessidade de compartilhar com o papel meus sentimentos e impressões do peq...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PARTE 4

Muitas vezes, me pego a vagar no pensamento e sem querer cai uma lágrima no meu rosto. Tento sempre fugir dessa melancolia, mas ela insiste em me procurar. Disfarço com um sorriso gentil, como quem quer dizer: ah, já passou! Para quê relembrar coisas tristes?! Entretanto, elas estão lá no fundo dos pensamentos e vez por outra à tona reaparecem.
Esse episódio, que hoje contarei, foi um dos meus piores momentos, compartilhados com minha mãe adotiva. Eu tinha uns 9 ou 10 anos. Fazia a faxina da casa todos os sábados. Naquela tarde, após limpar todos os cômodos, lavar, encerar e deixar a casa "um brinco", uma "amiga" de minha mãe me pediu um galho de uma planta que gostávamos de colocar dentro de um jarro com água pra enfeitar a casa. Não vi razão para não obedecer seu pedido, devido o grande volume de plantas que havia em nosso quintal. Ao meu ver não iria fazer diferença um simples galho. Que maldito favor, foi aquele! No momento minha mãe havia saído, e quando chegou já foi com dois quentes  e um fervendo, esbravejando: "quem te deu permissão para dar da minha plantinha!!!!!" Nem lembro o que mais ela falou na hora. Porque fui logo sentindo os tapas nas costas e empurrões. No caminho havia encontrado a tal amiga, que havia agradecido pela gentileza.
Após, vários tabefes, imaginem!Alguns jarros espalhados pela casa, creio eu, foi a única coisa que ela enxergou, os pegando e derramando por toda a casa, da sala de estar até chegar no quintal. Obrigou-me depois, a limpar tudo. Tamanha foi sua fúria, quando eu passei por ela com o braço cheio de plantas molhadas com a água dos vasos, misturadas a meu suor e minhas lágrimas... Repentinamente tomou de meus braços aquele molho de matos e gritou: ABRA A BOCA, QUE AGORA VOCÊ VAI COMER!!!PRA APRENDER A NUNCA MAIS DAR PRA OS OUTROS O QUE NÃO É SEU!
Por Deus! eu não tinha ação, muito menos escolha, se não as mordesse. Não tive intensão nenhuma de fazer nenhuma maldade, mas, por sorte ou azar, tentei engolir o choro e depositei a minha raiva na mordida que estava prestes a dar naquelas folhas... mas a mordida não foi no alvo, foi em um dos dedos dela. Arranquei sangue... quase torei o dedo dela... e por isso o meu castigo foi ainda pior:
Com um cabo de vassoura ela me bateu forte, por todo meu corpo e minha cabeça até que eu desmaiei... por segundos...ela gritava: LEVANTE!!! É SAFADEZA SUA, VOCÊ TÁ FINGINDO! e ainda cambaleando, estava eu ali para cumprir todas as determinações que a mim fossem impostas.
Sangue para todos os lados, água, plantas, tive que cuidar do dedo machucado de joelhos. Fui obrigada a pedir perdão e rezar um Terço Mariano completo (de joelhos), para pagar meu pecado: ter dado um insignificante pedaço de mato sem permissão e ter mordido sem intenção.
Os soluços anoiteceram e amanheceram, juntos com minhas dores carnais e minhas dores emocionais. Ainda hoje me pergunto o por quê de tanta fúria, tanta mágoa, sem motivos. Eu apenas fui naquele momento um objeto usado para descarregar o rancor alheio. Ainda me entristeço ao lembrar do episódio, porém me orgulho em dizer que, a mesma pessoa que me tratou assim um dia, foi a pessoa que cuidei na hora da doença e morte. Nunca fui capaz de deixá-la de lado na hora da precisão. Apesar de relembrar esse tipo de coisa, posso dormir tranquila sem remorsos, se mágoas. Isso, a muito tempo PERDOEI!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A VIDA

VIDA
VI A
A
IDA
DA
VIDA

COMO ÁGUIA

Sou como uma águia
que vaga triste pelo firmamento
em busca da felicidade.

Porque a felicidade não está
na aparente liberdade de pleno voo
e sim no coração aberto para o amor.

Não é feliz
o homem que fecha o seu coração,
porque esta é a pior das prisões.

MÁGOA

Ninguém é capaz de saber
a mágoa que sinto
no meu peito sofrido
desde que ao mundo cheguei.

Sofri, chorei
perdida no tempo fiquei
sem ter a quem recorrer
por ajuda de alguém esperei.

Mas ninguém chegava
eu só lamentava
não sabia o que fazer
tudo me atormentava.

Até que eu tive um sonho
O qual Deus me disse:
– Deixe de tolice
– não se deixe abater;
– você ainda é jovem
– ainda tem muito a aprender.

Foi então que eu ergui a cabeça
pedi a Deus ajuda.
Segui em frente com a promessa
de mudar de vez minha vida.

Hoje o passado está distante
das tristezas eu não quero lembrar
mas ainda guardo uma ponta de mágoa
que na alma para sempre vou levar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PARTE 3



Muitos episódios se passaram na época de criança e adolescência, que ainda estão latentes em minha memória. Hoje, escutando uma seleção de músicas de Fábio Junior me deparei com a música PAI, e comecei a questionar e lembrar o pouco ou o muito, que essa palavra representa pra mim.  
Fui criada sem a presença do meu pai adotivo, porque ele era caminhoneiro e as poucas vezes que ia a casa minha mãe adotiva discutia com ele, depois de crescida compreendi o porquê: ele tinha outra família ( outra mulher e duas filhas). Até meus 11 anos ninguém conversava comigo a respeito de muitos assuntos, inclusive o de adoção. Mas eu era esperta e curiosa e descobri quem era o meu pai genético, e desde aquele dia em que ele ficou frente a frente comigo, passei a gostar dele e nunca mais o esqueci.
Eu tinha meus 7 anos, e minha mãe precisava de alguém para carpir o mato do nosso quintal que estava volumoso, logo após o inverno. Meu pai fazia “bicos” pra se sustentar e minha mãe o chamava, sempre que precisava. MAS, naquele dia... exatamente naquele dia, que eu já tinha certeza de quem ele era... foi ... marcante:
Eu estava na cozinha fazendo meus deveres de casa, quando ele desceu as escadas e passou me olhando e disse pra minha mãe: “Dona Zezé, como sua filha é estudiosa!”. Eu olhei pra ele e vi o brilho em seus olhos e o orgulho de me ver ali, arrumadinha, limpa, bem vestida e estudando. Achei de uma humildade tamanha, aquele gesto. Depois passou cabisbaixo para o quintal e começou o seu serviço. E nunca mais esqueci!
O reencontro com ele se deu a dois anos atrás, depois de 30 anos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PALEATIVOS

As feridas
que as mágoas causam
nem sempre saram
apenas são usados
paliativos que acalmam.
Paliativos representados
por palavras e diálogos
as vezes pouco análogos
que mesmo sem querer
como tentativa são usados.
Mesmo assim graças a eles
se pode continuar a viver
e com os bons paliativos
podemos sobreviver.
01/08/10

INFÂNCIA

Infância querida
como é bom lembrar
das brincadeiras na praça
dos cochichos inocentes
dos sorrisos perdidos
na mente da gente
as palmadas da mãe
os choros consequentes
lágrimas contidas na lembranças
e dos sonhos adolescentes.

LEMBRANÇAS

Seja manhã de chuva
seja manhã bela
um pássaro vem se postar
de fronte minha janela.
Cantar segredos de um amor
que longe está a viver
no infinito, na imensidão
talvez no entardecer.
Entardecer triste e sereno
que faz lembrar seus olhos
perdidos no infinito
infinito dos teus sonhos.
17.09.93

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PARTE 2

PARTE 2

Exatos 15 dias, tempo permitido para que minha mãe ficasse comigo, após meu nascimento. Tempo mínimo e restrito, porém essencial para amamentar e tentar não se apegar.
Algumas pessoas da cidade queriam me adotar “gente de toda a qualidade”, mas o pouco de senso que ainda restava da pobre jovem Selma, não permitiu que eu fosse entregue de qualquer jeito a qualquer pessoa. Foi então, faltando poucos dias para o meu nascimento, promessas e pactos foram feitos entre minha mãe genética e minha mãe adotiva. A primeira prometeu fazer a entrega do “pacotinho”, logo ao sair da maternidade e jurou nunca interferir na vida e educação daquele pequeno ser. A outra com seu ar autoritário consentiu 15 dias para amamentar e por nobreza jurou cuidar e dar uma boa educação, enquanto pudesse viver, já que era na época uma senhora de mais de 50 anos e separada.
Dona Maria José, conhecida por Dona Zé, separada, com dois filhos um adolescente e outra entrando na maior idade e a lembrança de seu primogênito, que em pleno vigor da idade, aos 33, morreu afogado. Ela, tinha um certo prestígio na cidade, por isso foi um alvo certeiro para a minha adoção. Como toda criança, recém nascida, fui embalada e cuidada, com pouco ou muito amor “isso não vem ao caso”. Só sei que minha vida, minha educação e traumas, devo a minha mãe adotiva. Após sua morte (5 anos mais ou menos), quando estava com 21 anos tive a grande benção e alegria de conhecer minha mãe genética. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

EM TEU VENTRE

Em teu ventre senti frio 
Também ausencia de amor 
Já pressentia que o destino 
Rondava-me ameaçador. 

Em teu ventre senti medo 
Chorava sem apelo
A tua tristeza transmitia 
Angustia e desespero. 

Arrancaram-me do teu ventre 
Sem carinho e compaixão 
Naõ me afegaste, não me embalaste 
Nem se quer viste 
Minha face 
Angelical e inocente 
Um adeus foi naquele momento
Em que sai do teu ventre .

Fui crescendo 
E a pergunta me atormentando 
Sobre as diferenças percebidas 
Todos eram alguém. Eu, a cria. 
Sentia-me inferior 
Mas ninguém explicava 
O que estava acontecendo 
A dúvida me atormentava.

Cresci.
As dúvidas foram esclarecidas 
Hoje só me restou 
Perdoar o abandono e a dor 
Enfrentando o mundo sem rancor 
No entanto, sou grata pela pessoa 
Que apesar de tudo deu-me a vida 
O passado deixo de lado 
O presente é uma conquista.

Sei que o futuro terá 
Muito mais a explicar 
A importancia que minha vida tem 
No hoje, no ontem 
Aqui, ou em qualquer lugar 
Porque sou filha do mesmo Deus
Que está sempre a nos olhar. 

Eloisia Cristina Serafim 

PARTE 1

Santa Terezinha, cidade situada no agreste de Pernambuco. Entre Garanhuns, terra da garoa e Bonconselho, terra não-sem-de-quê. Foi lá que tudo começou... Lugar de gente simples e pacata, onde todos se conhecem e se cumprimentam. Isto é !!!! Se você andar na linha, com certeza é um homem honrado e uma mulher de bem, mas se vacilar... o cachimbo cai! Você vira docinho na boca de gente fofoqueira. Naquele tempo, então!!!
 Minha vô, mãe de minha mãe, pra se ver livre de mais uma filha, e de uma boca para alimentar, achou de ir até o cartório da cidade com uma invenção de que minha mãe tinha perdido a certidão de nascimento e aumentou mais três anos da idade, pois assim, ela ficaria com 18. E, ZÁS! Poderia se casar, com o namorado arranjado, chamado Anízio “meu pai genético”. Até o nome da minha mãe foi mudado de Quitéria, nome imposto não sei por quem, e trocado por Selma que era preferência da maioria da casa. Inclusive, a dona, “minha mãe genética”. Agente sabe que no Brasil se dá um jeitinho pra tudo, ou quase tudo, mas no interior, há tempos atrás... mas, deixemos isso de lado. O resultado pra tudo isso, foi o casamento de meus pais, Selma e Anísio, que durou até uns meses depois de minha concepção.
O casamento já começou torto, sem um gostar bem do outro, mas na hora do “rala e rola”, tudo está bem, tudo é gostosinho. Não durou muito para aparecer uma gravidez. Com mulher enjoada e entojada, meu pai passou a sair pra bebedeira e deixar minha mãe trancada (essa foi a versão de minha mãe, a do meu pai não sei). Ela, por sua vez, se sentia só e sem saber o que fazer, só sabia ficar chorando pelos cantos da casa. Até o dia em que ele, sob efeito da ignorância e estupidez, bateu e insultou minha mãe. Foi a última vez que ele levantou a mão pra ela e esta foi a primeira vez que fui desrespeitada, ainda no ventre de minha mãe. Com isso, ela tomou uma decisão, que mudaria a vida de todos nós, inclusive a minha. Uma decisão, que tantas mulheres hoje em dia precisam tomar e não conseguem, porque o medo é maior que todos os problemas juntos.
Sem opção, a princípio, foi pra casa da mãe “aquela que dá um jeitinho pra resolver as coisas”, cuja frase foi nua e crua: pode ficar aqui até essa criança nascer, trate de arrumar pra quem dar, porque aqui não cabe mais uma boca, não! Durante o restante da gestação, ao invés de alegria, cantarolar e sorrisos, ao esperar o nascimento, só se ouvia o pranto de alguém que espera a perda, a separação, o choro, a partida.
Foi então que chegou a hora esperada: eu nasci! Logo em seguida fomos separadas pelas mãos alheias, pelo destino, pela vida!

CONVITE

Desde que aprendi a ler e escrever, aos meus 6 anos...senti uma necessidade de compartilhar com o papel meus sentimentos e impressões do pequeno mundo, que me cercava. Hoje sinto essa mesma necessidade. Agora, com uma diferença: necessito compartilhar um pouco de minha vida com cada pessoa que tiver a curiosidade, paciência e cumplicidade de leitor. Contando a partir de hoje, postarei um capítulo a cada semana, de lembranças e episódios que aconteceram desde minha infância e alguns fatos anteriores que estão interligados a minha existência e breve vida terrena. Não pretendo com isso ganhar créditos, mas compartilhar meus escritos... Deixo em aberto a liberdade de críticas e comentários. SEJAM BEM VINDOS!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A AIA

“A Aia” – Eça de Queirós

Publicado por: Helena Costa em: 18 Março 2007
    Era uma vez um rei que partiu em direção a batalhas que se travariam em longínquas terras, deixando sozinha no reino a sua mulher, a rainha, com um filho nos braços.
Algum tempo depois um dos seus cavaleiros trouxe a trágica notícia da morte do rei deixando a rainha desolada, chorando pela criança ainda tão pequena e já com tantos inimigos por causa da sucessão ao trono.
Um dia o tio do menino, um desses terríveis inimigos, desceu do seu castelo com os seus guardas pronto para matar o pequeno príncipe. A aia do menino, que tinha um filhinho ainda bebé, amava tanto o pequeno príncipe que trocou os bebés pondo o seu filho no berço de marfim e o outro no berço de verga. Nesse mesmo instante entrou o maldoso tio que dirigindo-se ao berço real pegou no bebé e desapareceu. Quando a rainha entrou no quarto e viu o berço do seu filho vazio, começou a chorar. A aia, muito triste, destapou o outro berço e mostrou à rainha a criança que lá se encontrava. A rainha ficou muito agradecida e decidiu oferecer todas as riquezas do tesouro real que ela escolhesse. A escrava no meio de tanta riqueza e brilho mas tão desgostosa pela morte do seu bebé pegou numa adaga e matou-se dizendo :
- Salvei o meu príncipe. Agora vou dar de mamar ao meu filho.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Busca inconcebida


Na tentativa de fugir
do meu eu-poético subjetivo
cai na rede da ilusão
de que, querer-te, eu queria.

Em armadilhas de sonhos
então, presa me vi.
Fatal foi minha batalha
de tanto mostrar-me, me despi.

Despi-me de alma,
de corpo e espírito.
com tal transparência
que nem mais fui percebida,
consequencia de uma busca
inconcebida.

Eloisia Serafim